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PASSADO E PRESENTE!

Consultando algumas agendas destinadas ao registro do passado e do presente, observo que a vida me deu muito mais do que preciso e muito menos do que tenho feito por merecer! Como diz a poetisa e conterrânea Yara Cilin (ex-colega de trabalho), o ato de documentar, registrar coisas da vida e de si mesmo é importante. E foi através dos registros que cheguei o incrível número de 201 (duzentos e uma) viagens de São Paulo à Caldas de Cipó, perfazendo um total de 218.400km (duzentos e dezoito mil e quatrocentos quilômetros) no período de 52 (cinquenta e dois anos) residindo na capital e interior paulista.

Assim sendo, não prospera a tentativa de alguns políticos que não conhecem minha história, em desqualificar o que falo e escrevo sobre fracassadas de Gestões do passado e no presente. O fato de não residir em Caldas de Cipó em tempo integral, não significa que não acompanhe, não conheça seus problemas, suas mazelas provocadas por governos despreparados, enganadores, incompetentes que levaram o município e seu patrimônio a uma situação lastimável. 

Ao longo desses anos, venho acompanhando às sucessivas mudanças de comportamento de alguns representantes; que além da falta de cuidado com o patrimônio histórico, não praticam ações para estimular, orientar a população mais carente no sentido de buscar sua independência; com isso, deixar de ser refém de quem acredita que estar no poder lhe dá o direito de subestimar a inteligência do povo. 

É verdade que os tempos mudaram, entretanto, é inaceitável que uma estância hidro mineral de águas medicinais esteja fadada ao caos; que o governo não consiga pelo menos criar condições para estancar a triste realidade vivenciada por quem conhece sua história e não consegue entender a razão de tantos erros, de tanto descaso para não dizer falta de interesse pela causa publica.

Como o histórico de incompetência acompanha alguns políticos do passado e do presente, vale a pena recordar julho de 2001, precisamente às 07:40min, quando transitando no sentido Novo Soure à Feira de Santana de longe eu avistei um senhor que parecia aguardar condução; para minha surpresa ele não fez sinal como é costume na região. Seguir viagem, por mais de 02 km não saiu da mente o desejo de retornar para ter a companhia de “seu Zé” como é conhecido.  Assim fiz e ao abordá-lo se queria uma carona afirmou que sim, afinal, desde as 05: 00h estava ali esperando transporte.

Ao longo da viagem àquelas perguntas comuns e de praxe: nome, o que faz quantos filhos... Etc. Como não poderia deixar de ser, o tema política e os políticos, principalmente da região. Perguntei: o que o senhor me diz dos gestores? Não sei o que isso não! Estou falando dos prefeitos, o que acha deles sobre o bem-estar social? Resposta: não entendo bem, pois mal sei assinar o nome e aos 50 anos de vida nunca vi um prefeito preocupado com os pobres, a não ser em época de eleição como agora. Um susto! “Não acreditei ter 05 anos a mais daquele jovem, porém velho”, desgastado pela enxada, machado e pelo sofrimento de não poder criar com dignidade seus 08 filhos!

Conversa vai, conversa vem, perguntei: conhece Cipó? Sim, de 86 a 89 trabalhei na prefeitura. O que fazia? Varria ruas. Recebia um salário mínimo? Que nada! A metade e olhe lá! Recebia no dia certo? Às vezes (nas terças feiras) esperava em frente à prefeitura até à noite e não recebia. Por que saiu? Por um descuido falei a um puxa-saco do prefeito que não votaria no candidato indicado por ele, sendo então sumariamente dispensado. Os 08 filhos estão com o senhor? Não, os mais velhos (18, 19, 20 e 21) estão em São Paulo, os outros sim. Todos estudam? Não sei, vão à escola e não podem faltar; sem a merenda escolar morreriam de fome. O senhor pensa no futuro dos seus filhos? Até que sim, mas devido à pobreza, sei que nada posso fazer; só Deus pode ajuda-los. De que município o senhor é? Outro susto! Sou de Cipó e se não estou enganado você é Zé de Alexandrina, não é? Sabe, sou da família dos pobres; “dos escravos brancos”; que apesar de uma “tal liberdade” somos tratados como burro de carga nas mãos dos “poderosos”. O senhor conhece seus direitos? “São tantos que esqueceram os cidadãos miseráveis e eu sou um deles!”

O que o senhor acha do Legislativo? O que? O que é isso? Nossos representantes, os vereadores. Ah! Esses sim, em sua maioria aliados a um rebanho de bajuladores, estão sempre do lado do poder e em época de festa fazem propaganda para o “chefe”. Não viu nesse São João as camisas amarelas endeusando o “dono” da cidade? Mas quem esse dono? O prefeito, ele é quem manda. O senhor sabe quanto ganha o prefeito de sua cidade? Não sei não senhor, só sei que ganha bem e não faz quase nada em benefício dos pobres. O tempo passou e não percebemos a chegada em Feira de Santana. Antes da despedida ficamos alguns minutos no acostamento e ouvi do meu companheiro mais um ensinamento que superou tudo que conversamos durante a viagem, ou seja: “Sabe Zé, nunca acredite em alguém por seus cabelos brancos. Os canalhas também envelhecem!!!”

Com base na história e estórias do amigo Zé, me atrevo indaga: “o que de fato mudou nos últimos 14 anos em nosso município?” Será que houve alguma melhora? Há quem diga sem pedi segredo, que com exceção à Rádio Milênio e o Site arildoleone.com a situação de hoje é muito pior!

Apesar do momento não ser dos mais favoráveis, mas, como a atual Administração fez coligação com o PT, ainda há esperança de conseguir recursos para o município, com isso sonha com possibilidade de cumprir algumas promessas de campanha, iniciando ou finalizando às seguintes obras: - “Ampliação do cemitério; Implantação de uma maternidade decente; Construção da creche; Construção PS B Vitória; Reforma do PSN Cipó; Reforma do Balneário; Reforma do mercado; Reforma do parque P Ferro; Reformas das Escolas; Elaboração de projeto para resolver os graves problemas da sete de setembro; Liberar as moradias do programa minha casa minha vida”, enfim, nos próximos seis messes de gestão talvez consiga concluir algumas delas e na entrega seja sensato dizendo à população que não está prestando nenhum favor e sim uma obrigação de quem ganha bem para administrar os recursos destinados ao município.

Na verdade, Cipó vive um momento triste de sua história politica. A sociedade desse “antigo paraíso” mais tradicional da região sertaneja, detentor das melhores águas medicinais do país, acompanha uma administração confusa, com promessas e propaganda enganosa. Somando-se a tudo isso um Legislativo cuja maioria dos Parlamentares se não coniventes, omissos, estão viciados e especializados na defesa do executivo, colaborando diretamente para manter o município na U.T. I à espera de um milagre. Como milagre depende de fé e esperança, evoquemos Nossa Senhora da Saúde no sentido de que até 05 de agosto surja alguém dotado de coragem, credibilidade, criatividade, conhecimento administrativo, determinado, sem vício de poder, para transformar esse mal-estar em oportunidades para nova e futura geração.

Como milagres às vezes acontecem, em uma possível “banca de apostas”, arriscarei algumas fichas em uma composição entre aqueles que de fato preencham os requisitos necessários para remover o paciente (município) da Terapia Intensiva. Sei que em nosso meio há pessoas capazes de aplicar o remédio em dose certa, fazendo o doente sair do estado terminal, acordar e levantar.

Tudo indica que a próxima eleição seja a mais disputada dos últimos tempos. E esperamos que o próximo gestor a partir de 2017 possa colocar a cidade de volta nas páginas do crescimento, da qualidade de vida e da política feita com seriedade. Lembrando que a Ética é alimento e exercício de cidadania; que cargo público é para servir e não se servir dele; quem não sabe ou não pratica ética deve ficar fora de qualquer função pública.

A política precisa de renovação, chega dos mesmos, e o momento pede gente honesta, que acorde cedo e deite tarde, com vergonha na cara, coragem, competência, credibilidade para enfrentar desafios impostos pelos novos tempos.

NR – A Caldas de Cipó que dará certo é aquela que mesmo dependente do governo central “faz a hora acontecer” como filosofou Geraldo Vandré na famosa canção “Pra não dizer que não falei das flores!”.
Zé Castro

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