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ECOS DA DITADURA NAS ONDAS DO RÁDIO

Debates polêmicos acerca do futuro da famigerada Voz do Brasil movimentam o congresso nacional e podem culminar em mudanças bem vindas na lei que engloba este antigo e ultrapassado veículo do governo federal. O embrião da Voz do Brasil surgiu em 1935 e estreou sobre a alcunha de Programa Nacional, na gestão do então presidente Getúlio Vargas. Quatro anos depois, quando Vargas já governava num regime de ditadura, com o nome de Hora do Brasil, o programa passou a ser transmissão obrigatória em todas as emissoras de rádio. É certo que quando foi criada, a Voz do Brasil, era um meio necessário de notícia, visto que o rádio era o único veículo de comunicação com abrangência suficiente para cobrir a necessidade de informar um Brasil ainda rural. O país industrializou-se, urbanizou-se e evoluiu em relação à comunicação e, ironicamente, a obrigatoriedade da transmissão ainda está em voga. Programações semelhantes só são praticadas em regimes de ditadura rígida, como em Cuba, Coréia do Norte e China. No Brasil, a lei não permite suspender a transmissão nem em caso de calamidade pública.
A Voz do Brasil é transmitida no horário nobre e traz um prejuízo muito grande para as rádios, tanto em audiência como em patrocínio e, no caso de rádios comunitárias como a Milenium FM, apoios culturais. Uma das propostas que correm no congresso sugere que o horário de veiculação do programa seja facultativo. Assim “podemos enquadrar a Voz do Brasil à realidade das emissoras. Obrigar uma rádio a fugir de sua programação é complicado, Muitas apresentam notícia, falam do trânsito, etc. É importante flexibilizar o horário”, disse ACM Jr (DEM-Ba), ao Jornal O Globo. Lula diz apoiar as propostas, mas os parlamentares não enxergam com bons olhos as mudanças na lei. “Isso porque muitos deles vêem na Voz do Brasil uma oportunidade de divulgar suas atuações’’, completa ACM Jr.
É preciso devolver a autonomia às rádios brasileiras. Um regime democrático é caracterizado pela liberdade de informação, claramente ferida pela Voz do Brasil. Hoje, com o advento da internet, TV e imprensa escrita, não há mais necessidade de ouvirmos, como há 75 anos, a inexpressiva frase “Em Brasília, 19 horas”, e 60 minutos de notícias inofensivas sobre o próprio umbigo do governo federal.

Matéria: Rafael Vilanova / Fonte: www.vsnoticias.com / Postagem: Salvo Horley

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